quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Brilhante como o mar

Brilhante como o mar

"Todos nós temos o dom de nos fazermos felizes, mas poucos têm a inteligência de fazer os outros felizes com nossa própria felicidade".
Valteones Rios

Viver parece ser algo tão fugaz às vezes, parece que sempre estamos imersos em um medo criado por nossas emoções e desejos repreendidos. É possível ver e sentir que sempre fazemos as coisas para agradar primeiro ao mundo que nos cerca e bem depois para satisfazer o mundo que nos completa.
Desde pequenos somos ensinados a seguir passos que já foram andados e andar por caminhos que já foram trilhados, redoma cruel estabelecida por uma sociedade maquiavélica e até estúpida. Exige que tenhamos voz e não nos dá vez, obrigam-nos a sermos originais e nos incentivam a virar copiadores.
Que país é esse, que mundo é esse, que miséria é isto, essa bagunça onde vivemos e criamos nossos projetos de vida, onde sonhamos e desejamos estar perto de quem amamos e amar quem está por perto. O mundo não é só um moinho que nos dilacera e nos transforma em pó, mas é um lugar que transforma todos os nossos sonhos em pesadelos e o amor em crueldade.
Pare uma hora dessas para pensar a respeito de tua existência e perceba quanto tempo perdemos perdendo tempo! Paramos para pensar no que deveríamos fazer, pensamos em como seria a repercussão de nossos atos e até como nos sentiríamos se isto ou aquilo fosse adicionado aos nossos pensamentos, loucura involuntária.
Pensamos mais no medo da não realização de nosso sonho do que no regozijo que ele nos proporcionaria caso fosse concretizado.
Parece volúvel, mas somos dotados de oportunidades mil, somos nós quem realmente fazemos as coisas acontecerem em nossas vidas, decisões nossas, levam a atitudes alheias, pensamentos nossos, determinam o nosso próprio dia.
Quem nunca desejou estar em um mar de alegrias e poder realizar todas as fantasias e desejos contidos? Creio que aqueles que nunca desejaram ou tiveram vontades, são seres que ainda não nasceram para a vida e, tampouco descobriram o que é felicidade de verdade.
Ser feliz é tão bom quanto tornar alguém feliz, mas aparentemente criamos uma roupagem nova para a palavra tristeza e esperamos sempre que a felicidade alheia irradie e crie a nossa. A nossa felicidade é que deve estar acima de tudo, a alheia é consequência da nossa, o mundo sorri quando sorrimos para ele e não ao contrário. Sorrir porque o mundo sorri para nós nem sempre é sinônimo de que estamos sorrindo de dentro para fora.
Já parou para pensar a respeito de tua conduta social e profissional? Somos moldados pela sociedade familiar, depois pela comunidade que nos cerca e assim por diante, até virarmos um ser dito correto e exemplar. Tente sair da linha para ver o que acontece, serás alvo das piores anátemas inimagináveis. O mundo não se importa com teus sentimentos, o máximo que ele pode fazer é usar frases soltas e frias para diminuir tua dor, o calor das palavras será produzido por seres que amam a tua existência ou a tua singular presença.
Quando começamos a trabalhar parece que nos tornamos máquinas, fazemos sempre mecanicamente as coisas, de início não, é claro, passamos por um período secular de adaptação, mas depois, parece que não nos preocupamos com o que fazemos. Prática, leva à perfeição.
Quando nos tornamos meio máquinas, meio monstros, esquecemos de que o mundo é mais belo e mais completo do que nossos pensamentos, o mundo que nos cerca sempre tenta nos mostrar que há outra razão para viver do que a de ver falta de tudo onde sempre está cheio e transbordando.
Coisas pequenas nos arrancam suspiros, fazem nossos olhos brilharem de felicidade e irriga carinho onde existe frio e temor, a vida e a natureza nos tenta sempre trazer para o chão, para a realidade concreta de nossos olhos e desejos íntimos. O ver uma flor, apreciar o brilho do sol, a brisa cortando o céu, são pequenas coisas que nos levam a um paraíso celeste e nos elevam a um infinito completo.
Dentro de cada um de nós há felicidade e perto de nós existe a certeza de sermos felizes.
Viver é como navegar no mar, há sempre surpresas que nos fazem perceber a nossa existência e pequenez diante do nosso além, há também sempre a insistência do próprio mar em mostrar que sempre há coisas boas para serem observadas. Dentro dele tudo é mais belo e amedrontador, assim como dentro de nós, um mar esperando ser navegado e compreendido, observado e aprendido.
NUNCA devemos ter medo de ter medo, precisamos entender que conseguir tudo o que sonhamos, depende só e unicamente de nossa busca e luta incessante para conquistar o nosso graal pretendido.
O nosso tesouro está em nossas mãos se assim o fizermos parecer real e alcançável.

Dedicado a Muriel
Valteones Rios, 16/02/11

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