Instantes de pensamentos, momentos de reflexão
Hoje eu parei para pensar como nós somos monstruosos com os outros e o quão somos com nós mesmos. Como somos desonestos conosco, como somos preconceituosos, destruidores da moral e dos sonhos daqueles que são da mesma espécie que nós.
Fazemos sempre coisas banais para esconder os nossos erros e esquecemos que somos errados a todo instante, são, pois, os erros que nos fazem crescer e emergir da escuridão que forma nosso subconsciente.
Dizer que acreditamos, aceitamos, entendemos, gostamos e que um monte de coisas, é tão fácil como contar carneirinhos, mas somos lobos que se escondem por trás das palavras, somos gladiadores ferozes e sanguinários, seres que não pensam duas vezes em destruir algo que esteja à frente impedindo nossa vitória.
Quando estamos com outros iguais a nós então, nada nem ninguém são capazes de calar nossa boca. Parece que toda a coragem do mundo e toda a inteligência, tomam conta de nossa alma e preenche nosso pensamento com palavras destruidoras, informações retóricas e de poder tão gigantescas, que nem nós mesmos imaginamos poder e ter a capacidade de dizer tudo aquilo. Neste instante, arrepios tomam conta de nosso corpo, um frio na espinha começa a surgir, lágrimas parecem querer cair, mas naquele instante, nada nem ninguém nos pode calar, pois, ali e no agora que estamos, somos o poder máximo. O silêncio é o sinal de nossa vitória e de nossa soberania, a voz e as palavras são nossas armas, são as lanças e as flechas que dilaceram qualquer coisa que venha a querer passar por sobre nossa visão.
Teimamos em dizer que não temos preconceito, mas todos os nossos atos e inclusive as nossas respostas, fazem com que aquilo que dizemos seja uma grande hipocrisia, uma mentira que nem nós mesmos acreditamos, pois não conseguimos repetir a mesma coisa várias vezes, tampouco conseguimos dirimir ou dissimular nossa ira, é aí então, que parece nascer de dentro de nós um monstro sagaz e de tamanha arrogância, de tamanha malevolência que desfere fogo em forma de letras, veneno em forma de palavras e bombas em forma de pensamentos. É tão fácil agredir com palavras, são tão comum e simples criticar e apontar erros, mas é quase impossível e, parece ser um ato mais sobre-humano que heroico, aceitar ou simplesmente ouvir uma crítica.
Somos preconceituosos por cultura e seres fantásticos por natureza, infelizmente demoramos muito para aceitar nossa natureza e fazemos de nossa cultura, errônea e insana, o nosso porto seguro, o ponto de apoio e refúgio para qualquer momento em que precisarmos nos esconder.
Quão bom é poder um dia observar nossos passos e poder perceber que mudamos desde aquilo que chamamos de passado, até aquilo que nos asseguramos com veemência ser o nosso presente. O passado, sempre será nosso presente e seguramente será nosso futuro, não existe ser que consiga esquecer totalmente seu passado ou escondê-lo para si próprio no futuro em que está, ele, a verdade, sempre emerge e nos assombra, sempre nos persegue, consciência, faz-nos perceber que ainda fazemos parte do chão, que levamos sangue dentro das veias e não diamante líquido.
Águas passadas não movem moinhos, mas movem pensamentos, constroem ou destroem ações, edificam ou reconstituem nosso ser a cada novo passo errado ou a cada pensamento analisado.
Crescemos tão e estupendamente quando ouvimos nossa voz interior, quando percebemos que nós somos nosso próprio mestre, ficamos, então, atônitos frente às nossas novas ações e diante de nossos pensamentos. Somos repetidamente o que fazemos, somos tudo aquilo que escolhemos ser e mais ainda o que fazemos daquilo que escolhemos ser. Nada valem pensamentos sem ações, menos ainda ações sem reflexões.
Ainda gritamos para o mundo e fingimos para nós mesmos, que aceitamos, entendemos o que se passa, ou o que acontece com os outros, mas na verdade dizemos, gritamos com todas as forças que não queríamos estar na pele daquele que passa por tal ou tal problema. Já parou para pensar o quanto somos mentirosos em relação a isso? Já percebeu o quanto somos diabólicos em relação a isso? Empáticos somos apenas quando algo nos é necessário, mas quando algo de nada vale a nós, somos mefistofélicos, desprezíveis e o mais antipático possível, pois não nos colocamos no lugar dos outros quando temos que tomar uma decisão, a menos que queiramos dissimular algo para mostrar aos outros, que nos interessa, o quanto somos “bonzinhos”, o quão angelical somos.
Dentro de nós há demônios que tomam conta de nossas ações e anjos que tomam conta de nossas palavras, há escuridão em nossos pensamentos e luz em nossas decisões, mas só usamos, ou as transbordamos, quando um toque de divindade resiste a nossa ignorância e cria armas capazes de mostrar a nós mesmos que somos pedaços de um todo, não um todo completo, só nos tornamos completos quando aprendemos que somos tão insignificantes a ponto de fazer de nossas fraquezas, luz que possa curar nossa ignorância adquirida e remédio que possa curar todas as anátemas formadas por nossos atos.
No dia então que pudermos deixar transparecer nossas fraquezas e fazer de nosso grito silêncio, poderemos aprender a nos calar e não só a fazer silêncio, aprenderemos a gritar sem fazer barulho. Nossos atos, medidos e tão poderosamente construídos, mostrarão que crescemos e que deixamos de ser animalescos, para ser humanos capazes de sentir nossa fragilidade e crescer diante de nossos medos, daí, o único preconceito que teremos será o de nós mesmos por ter sido a vida inteira tão medíocres. A nossa força interior gritará mais que nossa inteligência crescida, seremos capazes e finalmente iluminados o suficiente para gritar para nós e o mundo: sou um humano e sei crescer diante dos meus próprios erros.
Valteones Rios
adooro esse texto *-*
ResponderExcluirObrigado!
ResponderExcluirPelo jeito é só você que posta comentários em meu blog! Será que você é a única que tem coragem de ler?
é nada eu tbm li ta!!!kk
ResponderExcluirOba, mais um que teve coragem.
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